Horografia ou Gnomica Portugueza (1805)
Por P. Francisco de Faria Aragão
A QUAL CONTEM A THEORIA, E JUNTAMENTE A PRATICA DE FAZER RELOGIOS SOLARES PELOS
METHODOS MAIS FACEIS PARA OS CURIOSOS DESTA MATERIA. PELO P. FRANCISCO DE FARIA ARAGÃO.
LISBOA NA IMPRESSÃO REGIA. Anno 1805. In 4º (de 19x13 cm) com vii, 80, (i), págs. Encadernação da
época com lombada e cantos em pele e pastas em papel decorativo estampado. Exemplar com ex-libris de
Alexandre Corrêa de Lemos, no verso da página de rosto. Ilustrado com 11 estampas desdobráveis (sendo
as últimas cinco numeradas de 1 a 5 e gravadas em chapa de metal), contendo quadros de dados das
tangentes, declinações equinociais, horas italianas, babilónicas e judaicas, meridia horizontal com os seus
graus de declinação para Portugal, meridia vertical com os seus graus de declinação e tangentes para
Portugal, altura do polo para os relógios horizontais para as principais localidades de Portugal, altura do sol
ao longo do ano em Portugal para o polo de 41 graus, tangentes da altura do sol em cada hora para o polo
de 41 graus, esquemas teóricos e práticos da construção de relógios de sol, tangentes, secantes e
bissetrizes, e construções teóricas dos gnómons solares verticais e horizontais. Inocêncio XI, 287 e II, 374:
?Padre Francisco de Faria e Aragão. Foi natural da vila de Castelo de Ferreira de Aves, e nasceu em 1726.
Filho de Caetano de Faria, e de D. Margarida Maria. Sabe-se que professara a regra de Santo Inácio,
entranmdo na Companhia de Jesus, mas não consta o ano da sua profissão. Quando foram de Portugal
expulsos os seus confrades em 1759 era Mestre de Teologia no Colégio da Lapa, que a Ordem tinha em
Lamego. Dirigiu-se para a Alemanha, e aí foi mestre dos príncipes de uma casa reinante, sendo-lhe
conferida em remuneração desse serviço uma pensão, que continuou a gozar em Portugal, para onde
regressou em 1783. Restituído à pátria, foi para a sua terra natal, e aí vivia em casa de uns parentes,
mostrando-se em tudo um verdadeiro filósofo prático. Trouxera de Alemanha consigo um gabinete de
física, que lhe servia de estudo e recreação. Criou ele mesmo um pequeno jardim botânico, composto na
maior parte de plantas exóticas, cuja cultura ele próprio dirigia. Mandou também construir uma casa de
madeira e envidraçada, para nela recolher enxames de abelhas, e aí estudava através dos vidros o seu
regime e trabalho. Assim passou entretido a última quadra da vida, até falecer em 1806, quando contava
80 anos de idade.
Exemplar em brochura.