LIVROS E MANUSCRITOS
Carta do escritor, político e economista Anselmo de Andrade (1844 – 1928) ao seu amigo Antero de
Quental, sobre a publicação dos Sonetos deste. – 4 páginas - Diz-lhe que os Sonetos são “o verdadeiro
poema do nosso século”, pois neles se reflecte tudo o que se pensa e sente no século XIX, ainda que os
versos exprimam também as evoluções do espírito e as angústias de uma alma de eleição como a de
Antero. Depois de elogiar a superioridade das concepções, a variedade de sentimentos e a verdade de
expressões, tudo coroado por um primoroso cinzelado e uma forma perfeitíssima, declara que não
escreverá um artigo sobre os Sonetos, pois para os “comemorar pontificalmente” basta o O. M. (Oliveira
Martins). Termina pedindo a Antero que não faça outro tanto a propósito da “Hespanha” que ele, Anselmo
de Andrade, está em vias de publicar, pois esse livro precisa da “tua grande prosa de garrida e solemne
apresentação” – Anselmo de Andrade, um dos escritores da “Geração de 70”, foi amigo e colega de curso
de Antero e de Eça de Queirós. Segundo Trindade Coelho, Antero e Anselmo de Andrade, nos seus tempos
de Coimbra, fundaram uma loja maçónica (Trindade Coelho, In Illo Tempore). Uma das primeiras
produções filosóficas de Antero foi “O Sentimento da Imortalidade”, escrito em forma de carta a Anselmo
de Andrade. Nesta época, o amigo de Antero e futuro Ministro das Fazenda (em 1900 e em 1910), estava
a finalizar o seu livro “Viagem na Hespanha”, a que Pinheiro Chagas dedicou vários artigos na “Ilustração
Portugueza” de 1887.
Vendido por 120.00 EUR