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Lote - 2 Cartas do Antero de Quental

  • Lote Terminado
Leilão: 3793 | Lote: 115780 | Licitações: 60

LIVROS E MANUSCRITOS

2 Cartas do Antero de Quental

- Carta de Antero de Quental a uma das suas irmãs. Consola-a por não ter
podido festejar os anos dele, dizendo que são os de um velho triste, que
nenhum apego tem à vida. Dá notícias das suas pupilas, filhas do seu defunto
amigo Germano Meireles, a mais velha das quais tinha festejado os 6 anos.
Mostra-se agradado com a decisão da tia, que decidira acompanhar o
Francisco ao Alentejo e esperava que ela se demorasse por lá, “pois a Maria Anna
está cada vez mais tyranna e o Philomeno mais grosseiro” (provavelmente
refere-se à tia materna Maria Amália da Maia, cuja filha Maria Ana casara
com Filomeno da Câmara Velho de Melo Cabral). Manda saudades ao irmão
André (que estava internado em Rilhafoles) e promete ir buscá-lo quando
ele sacudir as ideias falsas e entrar em todo o seu juízo. Confessa-se abatido
com o estado de desolação da família e mostra-se preocupado com a irmã
Maria Ermelinda, pois perdera toda a confiança no cunhado (depois dos
desastres financeiros em que ele se deixou apanhar). Porto, 2 de Maio.

- Carta de Antero de Quental a uma irmã. Mostra-se preocupado com a
reprovação do sobrinho Paulo (filho do irmão André, internado em Rilhafoles)
e lamenta a cunhada Anica (Ana da Mota Porto Carreiro), “para quem tudo
são desgostos”. Aconselha a irmã a não voltar tão cedo para Lisboa, onde
o calor é excessivo, e dá notícias das suas pupilas, filhas do seu defunto
amigo Germano Meireles, as quais vão começar os banhos de mar para
combater “algum lymphatismo que ainda haja”. Manifesta-se esperançoso
com a possível transferência do seu amigo Lobo de Moura para a comarca
de Póvoa de Varzim. “Com o Lobo na Povoa, o O. Martins no Porto e o
Alberto Sampaio em Famalicão, fico literalmente rodeado de amigos”.
Termina mandando saudades ao irmão André, internado em Rilhafoles. Vila do Conde, 3 de Agosto.
Junta-se cópia de uma carta de Antero de Quental ao irmão André, composta de
10 quadras. Pede que lhe dê conta do que tem feito e manda notícias da
sua instalação em Coimbra, onde já fizera os primeiros exames. Segundo
José Bruno Carreiro, estes são os primeiros versos conhecidos de Antero
e terão sido escritos em Julho de 1856, aos catorze anos.

Vendido por 2500.00 EUR

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