LIVROS E MANUSCRITOS
Carta de Oliveira Martins a um amigo, médico, que lhe fizera algumas observações
sobre o seu último livro. Reconhece que é um revolucionário, mas explica que não há
contradição em ser ao mesmo tempo “ameno e meigo”, pois os revolucionários já não
são barbudos, hirsutos, declamadores e odientos, como os retratava o “cliché”
romântico. A revolução hoje é crítica e apresenta-se como a solução natural, íntima e
filosófica dos problemas. Responde também aos comentários sobre a sua temeridade em
deitar por terra D. Afonso Henriques e a igreja católica, perguntando se é melhor
embalar o doente numa ilusão, escondendo-lhe o mal que, depois de revelado, poderá
porventura resolver-se. Não procura o escândalo, mas obedece à vocação que o guia nestes estudos.
Vendido por 80.00 EUR